Um livro de memória, escrever na pedra, registar no mármore as crónicas do Público. O grito sábio de análise e revolta fica para a História,
mas , sobretudo, para uma necessária História do presente e do futuro a construir.
“Persistência tenaz contra este poderoso e prolongado vórtice de degradação da
Escola Pública”, como escreve no
prefácio o Luís Costa, merecem uma (re)leitura e análise atenta. Pois, se os
dirigentes políticos que nos desgovernam utilizam a palavra, cada vez mais,
para nos tentar ludibriar e enfraquecer na nossa capacidade de luta, Santana Castilho mostra que a
palavra, toda a palavra pode ser verdadeira, certeira e violenta contra a
mentira , contra a acefalia e contra a dormência doentia e preocupante de quantos
insistem em destruir as nossas vidas.
Mesmo para aqueles que nem sempre concordam com o professor
Santana a sua escrita apela ao
pensamento, implica e convoca a reflexão e, em tempos de desespero, convocar a
serenidade intelectual de livres pensadores será um registo de valor maior.
Na verdade, estamos perante um livro de caracteres verdadeiros e de carácter. Como o próprio diz
na introdução :
“ O livro perdura, vence o tempo
e permite uma leitura conjunta do que foi atirado ao vento, momento a momento.
Penso que há tempos que, para não serem esquecidos, porque não devem ser
esquecidos, justificam que se fixe em livro o que se escreveu para jornal.
É o caso dos últimos três anos, de massacre,
cometido em nome de uma obrigação de Estado: pagar a dívida pública. Custasse o
que custasse. Sem importarem os meios. Como se alguma moral justificasse que o
pagamento da dívida pública prefira a outros deveres de um estado humano e
civilizado (…) São farrapos de resistência, palavra em riste apontada aos desalmados,
estas crónicas de dias de desespero.”
LEIAM !
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