sábado, 14 de março de 2015

A PALAVRA

Foto : Luís Sérgio
Foto : L. Sérgio

 A Palavra

Palavra lavra
E não trava
Palavra cria o texto
E outras tantas
Destrava
O contexto.
As palavras dizes,
Não são reais
São aquilo que quisermos.
Sopro de brisa fresca no Verão,

ou
até grito na escuridão.
Punhais que matam ,
Mãos
que acariciam
Que libertam e confortam.
Palavras,
só palavras
e mais palavras escondem-se no labirinto,
já não existem, perderam-se
na azia  ,
na demagogia
e bacoquice de ministro.
Palavras
também são as coisas,
a substância e a forma como te nomeio.
Palavras
São o meio
O princípio e o fim.
Palavra é amor
Preenchido e sem fim.
Palavra é o infinito
Explicado e nomeado
Palavra

é o absoluto
da razão,

de toda a raiva.
Palavra

é explosão.
Palavra
lavra o silêncio inominável
Explica a inverosimilhança do que somos.
A palavra está para lá da imagem
Da alegoria, constrói e mostra tudo o que não vemos.

Palavra é esperança
É luz, muita luz,
Força
Razão
contra os poderes
que nos querem submissos
Palavra é liberdade .
Palavra é vida .
Palavra é o mito que alberga
todos os sonhos
Constrói todos os mundos reais e imaginários.
 
Luís Sérgio

domingo, 8 de março de 2015

Generais com medo


 “Olho à volta e desconheço o sítio
As pessoas, a fala, os movimentos
A tristeza perfilada por horários
Este odor miserável que nos envolve
Como se nada acontecesse.”
 
UHF – vernáculo
"Marcha da indignação, 8 de Março de 2008."
 Já passaram sete anos, os professores poderiam ter feito HISTÓRIA, mas várias traições e hesitações de diversas matizes fizeram com que se desperdiçasse o justo movimento de revolta.
E agora?
Olhamos em volta e que vemos?
Despojos tristes de uma classe em modo “zombie.”A uma “sinistra ministra”, de má memória, seguiu-se o Nero da escola pública. Tudo piorou, mas, como cantam os UHF: “como se nada acontecesse”. Anda tudo muito arrumadinho e submisso.
Por onde andam os nossos “generais?”
À volta da mesa alguns, outros debaixo da cadeira ou cadeiras. Acagaçados desistiram de mobilizar os professores, renderam-se definitivamente ao medo e à mediocridade estratégica que sempre os guiou. Triste fado, destino triste, o de um exército que tem tão péssimos líderes. O inverno da escola pública está aí e não se vislumbra chama capaz de destruir os icebergs dos negociantes de escravos instalados na Cinco de Outubro.
Mas será que a culpa é só dos generais?
E se um dia os soldados perderem o medo?