quinta-feira, 26 de julho de 2012

O mata-professores. Parte 2 de 4.


O mata-professores e a questão ideológica Parte 2 de 4.
Quem anda pela escola, ou vai à escola, nem que seja só como encarregado de educação, sabe que um dos elementos estratégicos fundamentais para o funcionamento de um bom conselho de turma é o director de turma. É fundamental, reforçar, melhorar e até alterar as competências e capacidade de intervenção dos que desempenham este cargo. As tarefas, muitas delas burocráticas e inúteis que tem hoje o DT, precisam de ir para o lixo e atribuir-lhe sim, novas e inovadoras tarefas de gestão pedagógica, para conseguir isso, o tempo da direcção de turma é mais que escasso. A liderança cuidada e pedagógica de uma direcção de turma implica tempo, grande disponibilidade física e psicológica. Para pensar e actuar diferente o professor coordenador da turma precisa, e todos sabemos que precisa muito, de mais tempo, muito mais tempo. Que fez o amanuense da troica para a educação, retirou tempo à direcção de turma, com o argumento falacioso, disse-o, há dias no parlamento: “Os professores precisam de se dedicar à sua tarefa essencial”. Sem dúvida, os docentes devem dedicar-se à sua tarefa fundamental, mas não deste modo. Crato sabe, pelo menos, até agora, isso aconteceu, que todas as tarefas continuarão a ser cumpridas, com sacrifício da vida pessoal de muitos e muitas que na sua cegueira zombie continuarão a alimentar o monstro que as destrói. Mas, até quando, mesmo as “doninhas serviçais” aguentarão sem “rebentar” ou pestanejar tal trabalho escravo?!
Um dos problemas das escolas, um grande inimigo da qualidade de ensino, é a indisciplina, normalmente, repito normalmente, porque há sempre excepções à regra, o número elevado de alunos em algumas turmas só contribui para ampliar e quase tornar incontrolável este problema. Pois, em relação a esta matéria, que fez sua excelência, pensando nos números, talvez, só em números de euros, desviados para pagar juros da dívida, achou que a medida devia ser combatida e, como? Aumentando o número de alunos por turma, uma medida de se lhe tirar o chapéu, se pensarmos nas muitas escolas espalhadas pelo país, dá menos umas quantas turmas, logo menos uns quantos horários, logo menos uns quantos professores a contratar. Uma medida de poupança que o outro de falinhas mansas e falsas agradece, a troica nem esperaria tanto. A indisciplina, com medidas destas aumentará, não tenhamos qualquer dúvida, aliás, nas barracas onde dei aulas no último ano lectivo, nem sei se cabem 30 alunos. Se calhar à camada, na volta ainda ganharemos uns euros com a ideia se a exportarmos para a Alemanha ou para a China.
(Continua )

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