domingo, 15 de maio de 2011

Humanismo


A fúria por uma pequena ofensa é indigna de um homem superior, mas a indignação por uma grande causa é fúria justificada.

Inazo Nitobé, BUSHIDO. A Ética dos samurais e a Alma do Japão.

A propósito do filme alemão que vos deixo abaixo, e sem querer esgotar o muito que nos transmite, aqui ficam algumas ideias, vejam e comentem.

Há pequenos gestos, pequenas coisas que fazem a diferença. Muitas vezes é preciso arriscar para fazer algo de grandioso, só as almas sinceras, genuínas, são capazes, nos momentos de grande perigo arriscar pelos outros. O HUMANISMO não pode ser uma disciplina escolar, embora caiba nos curricula escolares. HUMANISMO é generosidade, desprendimento, justiça, carácter, lealdade. HUMANISMO é SER. E o que é isso de SER, numa sociedade que não deixa existir? E de que vale existir numa sociedade onde a força se impõe à razão. Existimos para SER, para sermos com razão, por isso, por mais que se esforce, a tirania sucumbirá. Sim. Porque para existir precisamos de LIBERDADE, de pensar, de DIZER, de estar, de fruir, sobretudo de dizer NÃO! Quando nos impõem sim. E, há riscos, sim, há riscos, e o que é isso comparado com a dignidade de poder pensar e agir.

Tenho pena dos covardes, dos fracos, dos vendidos e amedrontados que tudo aceitam, esses nunca chegarão a existir, porque nunca almejarão LIBERDADE de SER, para tais pessoas peço a compreensão HUMANISTA. Jamais tocarão uma campainha para entregar um unicórnio reconstruído, há muito que morreram, há muito que deixaram de existir, estão assim alguns professores: algures entre a escola e o cemitério. Ressuscitarão alguma vez?

3 comentários:

  1. Amigo Luís Sérgio:

    Como diz Taylor Caldwell (“O outro lado da inocência”, Lisboa, Círculo de Leitores, 1981), acabamos por pagar mais pela nossa cobardia do que pelos crimes que cometemos.

    Mas os que assumem uma posição inversa, oposta, claro que correm riscos! O que são esses riscos, comparados com a dignidade de poder pensar e agir com dignidade? Comparados com a DIGNIDADE DE SER?

    Lembro-me de Sidónio Muralha:

    "Parar. Parar não paro.
    Esquecer. Esquecer não esqueço.
    Se carácter custa caro
    pago o preço."

    E se tivermos de pagar o preço, paguemo-lo pois, mas com DIGNIDADE!

    Um grande abraço!

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  2. Caro Luís Sérgio !
    Faz falta, muita falta, humanismo verdadeiro nas nossas escolas. As hienas e as cobras que sempre se encostaram às direcções escolares devido à sua incompetência, agora, mais do que em qualquer altura revelam-se.De facto, obedecem a tudo já que não têm nem nunca tiveram dignidade. E quando podiam mostrar um pouco de vida, rastejam aos pés dos Directores tirãnicos como cobras sem espinha e cadavéricas.
    Pagar o preço do carácter e dignidade de ser não é para todos.
    Grande abraço de amizade e solidariedade.
    Bjs
    Professora

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  3. Caro Luís :)
    Este filme é deveras notável. Curto no tempo mas muito comprido na mensagem. Mensagem que nos remete para o passado mas com uma actualidade enorme.
    Já o conhecia e o tinha partilhado no meu espaço que conheces. Reproduzo aqui, com muito prazer, as palavras que partilhei:

    "Hoje, tal como no passado, as marcas da intolerância ainda persistem.
    Este minifilme, intitulado "Unicórnio de porcelana", é uma excelente homenagem às vítimas do Holocausto nazi e uma excelente oportunidade de reflexão.

    "Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
    Como não sou judeu, não me incomodei.
    No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
    Como não sou comunista, não me incomodei.
    No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
    Como não sou católico, não me incomodei.
    No quarto dia, vieram e levaram-me;
    já não havia mais ninguém para reclamar...

    Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazis.

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