quinta-feira, 14 de abril de 2011

Aníbal fiscalizador - parte II







Crónica de Santana Castilho :




Cavaco Silva pediu ao Tribunal Constitucional que se pronunciasse sobre a decisão maioritária da Assembleia da República, que suspendeu a avaliação do desempenho dos professores. Como referi no meu último artigo, o diploma parlamentar podia suscitar a questão da inconstitucionalidade. Por isso, não surpreende a decisão presidencial. Mas a incoerência do presidente, para não lhe chamar parcialidade (Cavaco Silva apoiou sempre Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues nas políticas persecutórias dos professores) não pode passar em claro. Com efeito, com maior razão formal do que a que ora usou, Cavaco Silva não deveria ter deixado passar sem fiscalização os normativos que salvaram as trapalhadas dos exames do 12º ano, no primeiro Governo de Sócrates, deveria ter enviado ao TC o diploma da gestão das escolas, que cilindrou a Lei de Bases do Sistema Educativo, e deveria ter perguntado aos meritíssimos juízes o que é que eles pensam dos cortes salariais dos funcionários públicos. Ou da anormal normalização da retroactividade das leis. A bem da República. E da Nação.


O texto completo desta e de outras crónicas pode ser lido , no blogue de Santana Castilho - VER OUTRAS LEITURAS , no lado direito do blogue ).

2 comentários:

  1. Sou da geração da avaliação
    e o que me incomoda não é esta condição.
    É o modo como ela é feita, é a minha sujeição!
    Que parvo que eu sou!

    Porque isto está mal e vai continuar,
    já é uma sorte eu conseguir leccionar.
    Que parvo que eu sou!
    E fico a pensar,
    que mundo tão parvo
    onde para ser escravo é preciso ser professor.

    Filhos, mulheres, maridos, estou sempre a adiar
    e ainda me falta o carro pagar
    e o apartamento liquidar
    Que parvo que eu sou!

    E fico a pensar
    que mundo tão parvo
    onde um Presidente para se esclarecer
    ao Constitucional vai devolver
    o aprovado por outros mais parvos que eu!

    Que parvo que eu sou!
    Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
    que esta situação dura há tempo demais
    Pareço parvo, mas parvo não sou!
    E fico a pensar,
    que mundo tão parvo
    onde para ser escravo,
    depois de estudar, depois de pesquisar,
    depois de investigar, depois de investir,
    depois de ter paciência, depois de improvisar,
    tenho de ser professor!

    E fico a pensar,
    por que não fui para deputado,
    ou para banqueiro,
    ou para gestor de uma empresa.

    Afinal, que parvo que eu sou!

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  2. Caro Armando !

    Excelente, afinal que parvos que somos, andarmos a aturar esta gentalha. Até quando !
    Grande abraço,
    Luís Sérgio

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