Não sei se é por natureza se da educação ou situação, mas o fiel serventuário não passa de um escroque. Às vezes, só damos conta que estamos perante personagem tão execrável pelos traços distintivos. Sim! Porque à primeira vista o espécime é um professor como outro qualquer, mas não um qualquer. Acima de tudo e, antes de tudo o mais, serve-se a si próprio, os seus interesses, muito de carácter pessoal e só esses, os outros não existem, são um fingimento. Depois serve o “chefe”, o adorado e mui poderoso “capataz”, obedece-lhe cegamente, religiosamente, numa reverência idiota e de espírito medieval. Dobra-se ao tirano, humilha-se, trai amigos, colegas e outros, na busca incessante de uma migalha, de um favor que preserve os seus “instintos mesquinhos” de ser super-egoísta. A sala de professores, sim, a sala de professores é o seu lugar excelso, santo e sanha, lá se instala, ouve, regista, adocica e, “ em primeira mão”, leva ao capataz, a versão original, a puríssima e genuína versão de quem sabe do que fala, mas não fala verdade, nem com lealdade. Se ao chefe agradar a distorção, a mentira, tanto melhor, adaptar-se é a sua especialidade, o serventuário é primo direito do Camaleão. Sujeitar-se às circunstâncias do poder está-lhe na massa do sangue. Oportunista quanto baste, não olha a meios para atingir os fins. E os seus objectivos, sempre os mesmos do chefe, são imaculados, mas escondidos, muito escondidos, não vá alguém descobri-los. Vive aterrorizado, medo, muito medo é um dos seus traços distintivos. Vê adamastores em todas as janelas, nuvens no sol e quase não dorme. Cada vez mais se parece com uma coisa, uma coisa pouca, que se apouca, não presta e não age. Está algures entre o nada e o sujeito nulo. Apesar disso existe, anda por ai, espreita às esquinas e encosta nas avenidas. Para ser um “ Zé Ninguém” falta-lhe tudo, para ser alguma coisa faltam-lhe as qualidades. Parafraseando Almada Negreiros, um verdadeiro e fiel serventuário será aquele que reunir no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem servo, só te faltam as qualidades !
Género e nome – Um traço distintivo do facínora é pertencer aos dois géneros. Serventuário ou serventuária, tanto faz, é tudo canalha. Nome, não há um nome, são muitos e variados os nomes. Depende da escola e das circunstâncias, daí que, seja apropriado chamar-lhe FILHO-Da-PUTA ou SAFARDANA!
Por isso mesmo, cada vez gosto mais do “ Kira”, o meu gato preto. Pelo menos, não engana ninguém, é interesseiro, sem dúvida, mia quando lhe interessa e convém, mas subserviência não lhe passa pela cabeça, servilismo muito menos, por mais que eu tente, só obedece quando quer e bem lhe apetece. Assim fossem os professores, de certeza estaríamos bem melhor. Oh! Se estaríamos.
Oh! Se os professores fossem como os gatos….como os gatos…
Para desanuviar ... Deolinda.
Caro Luís Sérgio:
ResponderEliminarOnde é que eu já vi isto?
O fiel serventuário existe sempre onde existe um tirano, por isso ele " humilha-se, trai amigos, colegas e outros, na busca incessante de uma migalha".
Mas para cada tirano e para cada fiel serventuário existem muitos outros que lutam e se recusam a perder a sua dignidade. Estamos cá para isso!
Um Feliz Natal para ti e toda a tua família, assim como para os leitores e comentadores deste fantástico blog.
Caro Luís Sérgio !
ResponderEliminarPara não variar , mais um excelente post. Partilho a ideia , que bom seria que os professores fossem como os gatos, existiria mais independência e dignidade. A foto e o vídeo completam muito bem o texto.Mas , para nosso bem, como diz o comentador anterior :"para cada tirano existem muitos outros que lutam e recusam perder a dignidade."
beijinhos e boas festas !
Professora.
Boa companheiro !
ResponderEliminarMais um bom texto, infelizmente uma realidade que germina cada vez mais despudoradamente nas escolas e na sociedade em geral, os serventuários do poder estão por todo o lado, poucos resistem. Olha para o "Videirinha" do SPGL que agora se passou para a DGRHE. " Um verdadeiro SAFARDANA , como tu dizes.
gostei também da foto : um burro de cabeça baixa, é a melhor imagem destes merdas, apesar de ter alguma admiração pelos burros verdadeiros.
grande abraço de amizade e solidariedade.
Filipe.
Do Óscar Martins ! ( via Email) :
ResponderEliminarCaro Luís Sérgio,
Há alguns, lá isso há.
Mas infelizmente, esse tipo de personagens existe sempre e em tudo.
Um abraço,
Óscar